Conheça Carlos Pimentel

Postado em 13/07/2022

Carlos Pimentel trabalhou pela primeira vez no Ituano em 2009 como preparador físico do Mazola Júnior. Em 2010 a convite de Nelsinho Batista deixou o clube e foi trabalhar no Japão. Retornou há dois anos ao Brasil e recebeu novo convite do Ituano. Retornou como preparador físico, mas começou a colocar o velho sonho de ser treinador em prática ao se inscrever nos cursos da CBF Academy. Já com a Licença A no ano passado, foi convidado a exercer a função de auxiliar técnico permanente do clube a partir da Série C. Agora com a saída de Mazola Júnior, recebeu um novo convite. “É uma missão. Ontem o clube me deu este desafio. Sou funcionário do clube. No futebol temos que estar preparados. Tem que antever situações de preparo e de capacitação. O resultado e a resiliência no futebol são muito rápidos. A gente não tem muito tempo para lamentar a perda de um grande amigo. O Mazola é um grande amigo, um exemplo para mim. Eu cresci muito profissionalmente nestas duas vezes que trabalhei com ele. E também como pessoa. O Ituano precisa de compromisso com a instituição. Não é o Pimentel que vai buscar os três pontos para o Pimentel. É do Ituano. O compromisso é com a Série B. Com a melhoria na tabela, com a performance e com o rendimento dentro de campo” explicou Pimentel, que assumiu a equipe no primeiro treino na terça, e já neste próximo sábado, terá o Londrina, a partir das 11 horas, no Novelli Júnior.

Com pouco tempo para colocar suas ideias em prática, Pimentel explica como será este início de trabalho. “Primeiro o estilo do Mazola é muito marcante. A biografia dele todos conhecem. Todos sabem o quanto ele preza por alinhamento, por compactação, a escola italiana sempre presente na maneira que ele sempre trabalhou. Muitos destes aspectos e conteúdo é evidente que está inserido no time. São 13 meses trabalhando. Isto você não apaga. Tem que aproveitar este legado. Logicamente em outras situações temos visões diferentes do futebol, sempre no ramo das ideias. Este confronto sempre foi muito salutar entre nós no dia a dia. Esta liberdade e este olho no olho. De explorar outras possibilidades. Gosto muito da escola portuguesa. É a linha que estou adotando há algum tempo. É onde estou concluindo meu mestrado lá em Portugal. Então logicamente alguns sinais serão evidentes. Falei para o grupo que serão 40 dias em 4 que nós vamos ter que desenvolver. Afinal, uma estruturação de plataforma de jogo não é feita da noite para o dia”. Pimentel fala um pouco mais sobre a influência do seu trabalho. “Em linhas gerais a escola portuguesa é de metodologia de treino. Não é de jogo. Ela é um processo de treinamento, extremamente cognitivo, voltado ao conhecimento da função. Ao compartilhamento com o atleta da solução. Você dá autonomia ao atleta. Não é um estilo de jogo que a escola portuguesa defende. É uma metodologia que propicia ao atleta pensar. Claro que evidentemente temos uma ideia de jogo. Um plano de ação. E que já foi compartilhado com o grupo. E que já está sendo trabalhado no seu segmento. Onde estamos mais usando a metodologia é no processo de treinamento”. No fim de ano, Pimentel apresenta o trabalho final para receber a Licença portuguesa.         

Como auxiliar, Pimentel foi técnico em três jogos com suspensão do Mazola Júnior. Venceu o Botafogo em João Pessoa pela Série C. No Paulista deste ano, empatou com a Ponte Preta na última rodada. E há duas semanas, derrotou o Guarani em Campinas por 2x0. “Foram três oportunidades. É muito pouco. É um dado estatístico pequeno. Mas que traz encorajamento. É isto que tanto passa para o grupo. Na verdade, o jogo é do jogador. Somos auxiliares e colaboradores deste processo. Somos vendedores de ideias. O jogador tem que acreditar naquele que está comandando no momento. Nas ideias que estão sendo passadas. O jogador é muito sensível naquilo que é possível ou não é possível. Cabe a nós, respeitar e extrair o que há de melhor em cada um, respeitando as características” explicou Pimentel que nestes primeiros dois dias procurou conversar com os atletas mais experientes. “Esses jogadores tem um lastro de situações vividas. É uma situação comum no futebol brasileiro, a troca de treinador. Não é comum no Ituano. Esses jogadores já vivenciaram muitas vezes. O primeiro papo com o grupo foi de encorajamento. É algo que já vem batendo na tecla nas últimas semanas. Nós temos que dar a confiança para cada um deles para que se destravem. Que joguem futebol. O futebol tem origem. Temos que trazer de cada um a essência porque escolheram o futebol como profissão. O jogo tem que ser jogado. Equilíbrio nas ações ofensivas, equilíbrio nas ações defensivas. Isto traz rendimento e performance. Não é uma única característica. Temos que só defender, ou temos que atacar. Não. Temos que buscar o equilíbrio em todos os setores. Estes atletas trazem essa bagagem para este equilíbrio” concluiu.

Acaz Fellegger

Jornalista Mtb 19.426 SP

Fernando Roberto

Fotografia

13/julho

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