Derrota que incomodou

Postado em 29/06/2023
Viniegra um pouco adiantado no gol anulado

O futebol não é uma ciência exata. O jogo 40 entre Ituano e Ponte Preta foi um exemplo claro. Mesmo sabendo do equilíbrio histórico entre os dois clubes nestes 34 anos, o Ituano jogando em casa, tomou a iniciativa, e buscou a vitória desde o apito inicial do árbitro. Os jogadores seguiram à risca o comando do técnico Márcio Freitas e pressionaram em cima. Os torcedores do Galo de Itu vibraram com as boas jogadas ofensivas e acreditaram que o primeiro gol logo sairia. Mas, o futebol às vezes reserva uma surpresa fora do que se é imaginado. Num dos poucos ataques onde a Ponte Preta conseguiu chegar ao gol, após finalização da entrada da área, e defesa difícil de Jefferson Paulino, o atacante Paulo Baya acreditou no rebote e aproveitou a rara chance para fazer o gol. O Ituano sofreu uma derrota inesperada e que incomodou. “Muito! Porque eu acredito num futebol para frente, num futebol que se joga, busca o gol, que jogue com velocidade e vertical. Busque pressionar lá em cima. E quando você vê a outra equipe com uma outra proposta para achar uma bola. Claro que o volume de jogo tem que ser traduzido em gols. Nós tivemos chances muito mais claras e infelizmente não conseguimos fazer. Saio com a garganta doendo e amarga. Vejo toda a dedicação do grupo e todo o empenho. Vejo o empenho do Rafael Pereira que mesmo aos 38 anos mudando sua característica de jogar mais acima, e de construir. Assim como também o Claudinho. O Saraiva fez um grande jogo. O Hélio dentro daquilo que a gente pediu. O Aldo também. Todos fizeram um grande jogo. E todos estão entendendo. Mas, vou para casa com um gosto amargo pelo volume grande que tivemos para infelizmente a bola não ter entrado” comentou o técnico Márcio Freitas na coletiva após o jogo. O capitão Rafael Pereira acrescentou para os repórteres na zona mista. “Para você ver como o futebol é ingrato. No primeiro tempo com 70% de posse de bola e muitas chances de gol. No segundo tempo a gente caiu um pouco a concentração. Tivemos uma chance clara e não aproveitou. Depois fomos punidos pelas chances criadas e não aproveitadas. Fica o aprendizado. Sabemos que isso não pode acontecer. O campeonato é muito disputado e difícil. Então quando você tem chance, tem que fazer o gol” disse o experiente capitão. Com 5 minutos, Saraiva após receber passe de Viniegra, experimenta de fora da área para acordar o goleiro adversário. No minuto seguinte, Viniegra pressiona o zagueiro que atrasa para o goleiro. Ele domina mal, divide fora da área com o mexicano naturalizado. A bola toca na mão do goleiro e o árbitro Rodrigo José Pereira expulsa Pedro Rocha. O VAR chama para conferir o vídeo e o vermelho é retirado. Na direita, Viniegra acerta uma bomba e o goleiro põe para escanteio. Na sequência, cruzamento da direita e Mário Sérgio cabeceia muito forte para uma defesa de reflexo de Pedro Rocha. Na direita, Carvalheira ajeita para esquerda e bate forte para o gol. Novo escanteio. Depois, falta na direita, Carvalheira bate colocado e o goleiro espalma. O gol do Ituano só saiu nos acréscimos com Viniegra após finalização de Saraiva. Mas, um pouco adiantado no lance, foi anotado em posição irregular. Antes deste lance, a Ponte chegou pela segunda vez ao ataque e numa finalização de Tales colocou na trave. Logo depois, Jefferson com a ponta dos dedos, evitou o gol de Matheus Jesus. “O raio X no primeiro tempo é de 70% de posse de bola, volume, chance de gol, gol impedido e controle total. No segundo tempo, 60% de posse de bola, 17 finalizações, sendo 5 no gol. Foram 21 chegadas na área adversária contra 5 da Ponte. A Ponte pega um rebote e faz o gol. Tem momentos que o futebol é inexplicável. Tivemos uma chance clara com o Quirino, dentro destas 5 finalizações. O que me deixa seguro é que o caminho que estamos trilhando é o caminho correto. Da busca pela identidade com bola ou sem bola, vamos ser agressivos. Essa posse de bola no segundo tempo poderia ser maior porque no momento que nós sofremos o gol, acaba sendo mais fácil para uma equipe que está se defendendo e que também tem jogadores com qualidade como o Mateus que sabe ter o controle da bola. Mesmo assim, a gente conseguiu fazer com que as oportunidades aparecessem. Não fomos eficientes na finalização para buscar o empate e até mesmo virar o jogo. No intervalo eu falei para eles que quando você finaliza 10 bolas ao gol, pelo menos um gol tinha que sair. Na verdade, em 5 finalizações teria que sair um gol” explicou Márcio Freitas.

O Ituano não retornou para o segundo tempo com o mesmo ímpeto e o técnico Márcio Freitas resolveu fazer as alterações. “Até os 30 minutos do segundo tempo, minha ideia foi tirar o Aldo porque queria que alguém carregasse a bola em vez de pisar nela. E que tivesse um controle melhor e mais rápido. Por isso fiz as mudanças. Eu centralizo o Carvalheira que tem potência e bom passe, e que consegue carregar esta bola junto com o Yann que vem treinando bem e tem qualidade. Quando a gente sofre o gol, nós tivemos dificuldades. A Ponte fez mudanças para se defender. A estratégia que eu tinha, mudou. Mesmo assim, tivemos chances de empatar a partida” contou Márcio após o jogo. O melhor lance no segundo tempo aconteceu aos 27 com Hélio Borges pela direita cruzando para Quirino que teve habilidade para dominar, sair dos dois zagueiros, mas não foi feliz na finalização. Logo depois saiu o gol da Ponte Preta que depois se fechou atrás. “Eu disse que no segundo tempo tínhamos que continuar jogando igual, para este gol sair. Ao mesmo tempo, tínhamos que ter atenção como nós estamos jogando, compacto mais na frente, entendo que não podemos proporcionar alguns lances que acabam nos prejudicando. Os gols que nós tomamos até aqui, são lances que a gente perde a posse de bola, toma o contra-ataque e sofre o gol. No último minuto do primeiro tempo estava 70% de posse de bola, a gente perde a bola, eles estouram lá da nossa área, depois num cruzamento, eles chegam e a bola vai na trave. Quase sofremos o gol ali. É trabalho. A Ponte em alguns momentos que nós queríamos dar velocidade, eles matavam a jogada. Esse é o trabalho de uma equipe experiente. Hoje faço as trocas e coloco os jogadores mais jovens com 19 e 20 anos. Acredito nesses garotos e na juventude. É questão de tempo para que a gente possa ter uma sequência e as vitórias possam voltar a acontecer” afirmou Márcio Freitas. O lateral Mário Sérgio na saída de campo, deu sua impressão. “Na verdade, acredito que faltou efetividade no último terço e pagamos um preço alto, o que não pode acontecer dentro de casa. Agora temos de buscar os três pontos contra o Mirassol fora" disse Mário Sérgio. Mesmo com a derrota, o Ituano segue em 13º com 15 pontos. Não perdeu posição, e continua querendo virar o turno na parte de cima da tabela. “Com certeza o nosso objetivo é terminar o turno entre os dez primeiros. Vamos pensar jogo a jogo. Fizemos um grande jogo e infelizmente não marcamos. Nosso adversário pouco chegou e teve êxito. Vamos levantar a cabeça, trabalhar para buscar os três pontos em Mirassol” Rafael Carvalheira

Acaz Fellegger

Jornalista Mtb 19.426 SP

Fernando Roberto

Fotografo

29/junho

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