O Ituano estreou no Novelli Júnior neste Paulista diante de 1.774 torcedores com a expectativa da primeira vitória na competição após o bom empate no domingo jogando no Morumbi. Se o resultado igual diante do São Paulo foi comemorado, o empate em um gol com a Portuguesa foi para lamentar. Jogando melhor, o Ituano desperdiçou um pênalti no primeiro tempo, abriu o placar no segundo tempo com Paulo Victor e cedeu o empate nos acréscimos após cometer um pênalti. O Ituano mantém o tabu de 14 anos e 10 jogos sem perder para o clube do Canindé. Mas o segundo empate seguido não foi para comemorar. “O balanço tem que ser com a razão. Disse no vestiário que saio com este resultado com um gosto muito ruim. Tomamos o empate aos 51 minutos, num jogo que já contávamos com os três pontos. O nosso jogo representou a confiança no resultado positivo. Por isso o gosto amargo. Aí entra a emoção. Mas, a razão tem que prevalecer. O tempo que tenho para mentalizar vou falar com eles. Nos primeiros 15 minutos houve um jogo tenso dos dois lados e pouca aproximação. Um jogo feio dos dois lados. Depois conseguimos colocar a bola no chão e fazer as triangulações, principalmente pelo lado direito. Conseguimos ganhar território e foi assim até o pênalti. Erramos e perdemos o mental. Nos últimos minutos do primeiro tempo não tivemos o controle das nossas ações e nem das nossas emoções. No segundo tempo coloquei o Yago, e trabalhamos numa estrutura que nós conhecemos. Voltamos a ter protagonismo do jogo e uma posse de bola qualificada. Quando conseguimos achar as jogadas, tivemos chances até a marcação do gol. A partir daí a Portuguesa foi para o tudo ou nada. Mas, pouco nos agrediu. Tentou, teve o mérito da tentativa, mas pouco nos incomodou. Até chegar o último lance, numa infelicidade do nosso sistema defensivo, cometemos o pênalti. Para mim este é o resumo racional da partida” explicou Carlos Pimentel.
Com três alterações no time, o Ituano promoveu as estreias como titulares de André Luiz, José Aldo e Paulo Victor que já haviam entrado no jogo com o São Paulo. Dois deles foram protagonistas no empate com a Portuguesa. Após um início sem chances de gol, coube ao Gabriel Barros a primeira finalização. Paulo Victor fez o lançamento para Barros que entrou na área e chutou para o gol. Tomazella fez a primeira defesa do jogo. Aos 33, Saraiva foi derrubado na área e o árbitro Douglas Marques das Flores marcou o pênalti. O VAR chamou o árbitro para o monitor e depois de 6 minutos, confirmou a marcação. José Aldo, que durante os 40 dias de treinamentos não errou nenhum, bateu como treina. O goleiro Tomazella acertou o canto e fez a defesa. A Portuguesa cresceu no final da primeira etapa e obrigou o goleiro Jefferson Paulino a fazer uma grande intervenção, evitando o gol. O veloz atacante Paulo Victor explicou a conversa no vestiário. “A conversa no vestiário foi de manter o nosso mental forte. Porque a partida ainda tinha o segundo tempo para buscar o gol. A velocidade é uma das minhas caraterísticas” explicou Paulo Victor que demonstrou no passe de cabeça que Mário Sérgio fez para ele dentro da área. Ele chegou finalizando para nova defesa do goleiro da Lusa. Na outra oportunidade parecida ele fez o gol. Raí Ramos cobrou lateral para a área, Siqueira subiu e escorou para Paulo Victor ajeitar e bater cruzado. “No primeiro lance o goleiro foi bem. Cheguei batendo de primeira. Temos que estar sempre preparados. Não é apenas uma chance que vai definir o jogo. Temos que estar prontos para a próxima oportunidade. Mantive o mental forte e na outra chance fui feliz em fazer o gol” explicou Paulo Victor. A Portuguesa pressionou e conseguiu uma boa finalização com Gustavo para boa defesa de Jefferson. Nos acréscimos surgiu o puxão na camisa e o pênalti. Bernardo foi expulso após consulta do VAR e a Portuguesa chegou ao empate.
O empate em casa nos acréscimos foi uma ducha de água fria no Ituano. Embora o empate tem sido corriqueiro entre os dois clubes. Este é o 7º empate entre Ituano e Portuguesa nas últimas 10 partidas. Para o técnico Carlos Pimentel embora o Ituano some o segundo ponto na competição, o melhor foi o reencontro com o amigo Mazola Júnior, técnico da Portuguesa. “Se eu tiver que te dizer a melhor coisa desta noite, foi o reencontro com o Mazola. É um grande amigo meu. Um cara que tenho muito respeito. Um grande profissional. Vencedor. E vencedor aqui no Ituano. O que levo desta noite é esta imagem sincera de dois amigos” disse Carlos Pimentel. Sem muito tempo para descansar e treinar, o Ituano já volta a campo neste sábado, às 16 horas. Vai enfrentar o Guarani no Brinco de Ouro. Mesmo jogando fora de casa, o Ituano sabe que precisa buscar logo a primeira vitória. “Hoje todos nós imaginamos dormir com 4 pontos. Seria um terço do caminho andado para atingir a primeira meta. Que sempre é de chegar nos 12 pontos. A coisa a fazer agora é trabalhar algo que no ano passado fizeram muito bem. Que é a resiliência. São jogadores maduros, e que sentiram positivamente o que foi feito de bom dentro de campo, mas também sentiram o peso do resultado de empate. Que volta a repetir, foi negativo. Este empate dói para eles, e muito talvez mais do que no comandante. Porque o comandante tem que ter uma palavra de motivação. O jogo é do jogador. Ele sabe que foi melhor em campo, mas não conseguiu o resultado. Nos faltou efetividade. A conversa será em cima disso. Primeiro de resgatar o mental que tem que ser muito forte. Eles apresentaram uma proposta sólida durante a partida. Só que não efetiva. Vamos buscar a efetividade. Esta é a palavra” explicou Pimentel.
Acaz Fellegger
Jornalista Mtb 19.426 SP
Miguel Schincariol
Fotografia
18/janeiro