Com 25 minutos de jogo na Fonte Luminosa, ficou clara a intensidade e o nível do confronto entre Ferroviária e Ituano. Foram 12 jogos entre os dois clubes na Série A1 nestes 35 anos. Que agora se enfrentaram na Série A2. Em 25 minutos foram marcados 4 gols. Dois de cada clube. Mas o assistente Leonardo Tadeu levantou a bandeirinha invalidando o gol de Neto Berola, que na imagem da transmissão da televisão, estava em visível posição legal. O árbitro Thiago Lourenço de Mattos confirmou a anulação. No segundo tempo, o Ituano em busca do gol de empate, sofreu o terceiro gol. E conheceu a primeira derrota na competição. “Entendo que o Ituano merecia uma melhor sorte. Talvez uma melhor atenção maior para não levar os gols. E merecia sim marcar mais gols. Esse é o sentimento que saio do jogo. Achei um pouco elástico o placar pelo que as duas equipes produziram. Nos jogos que eu vi no campeonato, talvez esse tenha sido um dos melhores em qualidade de jogo e pela capacidade das duas equipes. Isso vai aumentando também a nossa expectativa em torno da produtividade que o Ituano tem. Ainda vejo bastante espaço para nós evoluirmos. Vamos ter calma e analisar o jogo. E corrigir o que precisa ser corrigido. E valorizar o que foi feito bem. No intervalo do jogo, eu elogiei os atletas no vestiário. Tinha pouca coisa a dizer pela boa produção que fizeram no primeiro tempo. Temos que ter um pouco mais de atenção em alguns detalhes. Hoje por tudo que envolveu o jogo, o Ituano não merecia ter esse placar adverso” afirmou Vinicius Munhoz. O capitão Matheus Mancini, autor do gol do Ituano reforça. “Um gol que foi mal anulado. O Neto estava em condições e esse gol mudaria totalmente o panorama do jogo. Uma partida que a gente fez uma boa atuação. O placar não condiz com a nossa atuação. Principalmente no primeiro tempo. Agora vamos focar na próxima partida contra o Juventus”, lembrou Mancini. Na próxima rodada, o Ituano volta a jogar no Novelli Júnior. Sábado, às 16 horas, contra o Juventus.
Logo com dois minutos de partida, o artilheiro Neto Berola finalizou da entrada da área. O goleiro Léo Wall foi no canto baixo e colocou para escanteio. Três minutos depois, em contragolpe da Ferroviária, com uma finalização dentro da área, Jefferson Paulino espalmou e bem colocado, o atacante Ronaldo deu uma bicicleta e fez o gol. Aos 15 saiu o gol anulado de Neto Berola. E aos 19 saiu o gol de empate. Falta na meia esquerda para o Ituano. O meia e garçom Canesim cobrou na cabeça de Mancini que empatou a partida. “A gente faz muito treino. Isso é exaustivamente trabalhado. E deu certo nesta noite”, confirmou Matheus Mancini. Essa é a terceira assistência de Canesin em dois jogos. “É uma característica minha. Isso é uma coisa que vem sendo treinado. O Vinícius pede para nós aperfeiçoar a bola parada. Ele estava cobrando um gol de bola parada. Lance que pode abrir o placar. Hoje gerou o empate”, explicou Canesin. O empate durou 6 minutos. Em novo contragolpe da Ferroviária, o lance da direita é virado para o outro lado e pega Thaylon sem marcação para fazer 2x1. O jogo foi para o intervalo com vitória da Ferroviária. Mas, com sentimento que a história seria outra com o gol mal anulado de Neto Berola. “Eu acredito que sim. Até pelo nível do jogo. São duas equipes muito equilibradas, com a qualidade que possuem, pela qualidade do jogo, entendo que o gol invalidade poderia fazer a diferença a favor do Ituano. Naquele momento o Ituano estava produzindo bastante, chegando muito na área da Ferroviária. Eu entendo que esse gol poderia sim, dar um maior ânimo a equipe. Nós lamentando, e a gente entende que é complicado para a arbitragem porque não tem VAR. Mas, entendo que o Ituano foi prejudicado. Mesmo assim, a gente continuou produzindo, e no primeiro tempo nós dominamos as ações. O diferencial além do gol ser invalidado, foi a gente não ser um pouco mais feliz no momento das finalizações. Pelo volume de finalizações que tivemos, poderia terminar o primeiro tempo com mais gols” comentou Vinicius Munhoz.
No segundo tempo, o Ituano seguiu atacando em busca do novo empate. Neto Berola quase fez de bicicleta. Ele acertou o lance difícil, mas a bola foi para fora. Kaio Mendes recebeu só na meia direita, e finalizou forte para o gol. O goleiro fez a defesa. Até que aos 24 minutos, Juninho que tinha acabado de entrar, mesmo marcado, conseguiu acertar um forte chute no canto e fez 3x1. O técnico Vinicius Munhoz fez as alterações, mantendo o time ofensivo em busca de mais gols. Que não saíram. “Foram dois tempos distintos. No segundo tempo, o fato de termos escolhido iniciarmos com a mesma formação pode ter pesado um pouco mais, diante do esforço da primeira etapa. Entendo também que vamos com ímpeto nas tentativas de marcar o gol e não se consegue atender a expectativa que se cria, vai sentindo um pouco mais o jogo. Também não enfrentamos um adversário qualquer. A Ferroviária soube ler o jogo, soube aproveitar os momentos de oscilação e marcou seus gols. Mas, o Ituano não fugiu de sua característica se jogarmos ofensivamente. O Ituano teve um número maior finalizações” explicou Vinicius Munhoz. Antes do apito final, a arbitragem ainda teve a interferência do quarto árbitro Paulo Cesar Francisco, como se fosse um VAR. Aos 42, Fernandinho escapou em velocidade pela esquerda e foi agarrado e puxado duas vezes pelo Tarik. A reação do Fernandinho no segundo puxão, foi empurra-lo. Houve um início de confusão e o árbitro Thiago de Mattos chamou os dois atletas. Deu uma reprimenda e mostrou amarelo para os dois. Jogo estava para reiniciar, quando o quarto árbitro avançou no gramado e chamou o árbitro dizendo que o Fernandinho havia dado um murro. No mesmo momento, o árbitro expulsou o Fernandinho. “Nós já sabíamos que esse campeonato é muito competitivo. É o que a competição pede”, afirmou Mancini. O experiente Canesin finalizou. “No meu ponto de vista fomos superiores que a Ferroviária. Não é sempre que vamos ganhar. O importante é que todos estão remando para o mesmo lado”.
Acaz Fellegger
Jornalista Mtb 19.426 SP
Miguel Schincariol
Fotógrafo
23/janeiro