A noite de 28 graus em Manaus, no acanhado estádio Carlos Zamith, de menos de 10 mil lugares, foi palco de um jogo triste de futebol. Não houve briga. Não houve agressão. Não houve invasão. E nem partida interrompida por qualquer motivo de irregularidade externa. Foi uma noite triste para o futebol por causa da regra 5 do futebol. O árbitro. “Se vocês pegarem minhas entrevistas quando perdi, e até de um placar maior, inclusive com expulsões que tivemos em Itu, eu não cheguei aqui e falei sobre a arbitragem. Agora o que aconteceu no jogo de foi hoje é inadmissível. Não pode. Foram duas expulsões injustas. E ele ainda deu um cartão para o Poz porque o 4º árbitro, o seu Raimundo, deu autorização para ele entrar e depois não assumiu. Não pode uma arbitragem interferir diretamente no resultado. Porque ele interferiu? Ele me deixou com dois jogadores a menos. Nenhum dos dois atletas eram para ser expulsos. No lance do Paiva, deu cartão para um e não para o outro. Qual é o critério? E tenho que falar com cuidado com ele para não ser expulso. Eles vão minando a nossa paciência. Isso não pode. A arbitragem não pode prejudicar o trabalho assim, com critérios diferentes. Fica difícil assim. Tem que ter critério igual para todos” reclamou Alberto Valentim. O árbitro capixaba Arthur Gomes Rabelo expulsou dois atletas do Ituano. O lateral Guilherme Lazaroni aos 42 do 1º tempo, e o atacante Vini Paiva aos 26 da 2ª etapa, quando o placar apontava 1x0 para o Amazonas que confirmou a vitória.
No primeiro tempo, o lance mais perigoso foi justamente na expulsão do Guilherme Lazaroni. Num contragolpe, ele disputou ombro a ombro com o atacante e ganhou a frente. Ao perder o lance, ele caiu na entrada da área, puxando o lateral. O árbitro marcou o pênalti e expulsou o Lazaroni. O VAR chamou e corrigiu a marcação, pois o lance foi fora da área. Falta marcada, mas a expulsão mantida. Na falta cobrada, a bola foi na trave, e no rebote Jefferson fez duas defesas, após o segundo rebote. O técnico Alberto Valentim para arrumar a defesa, tirou o atacante Jonathan Santos e colocou o zagueiro Vinicius Poz. O 4º árbitro Raimundo José Azevedo de Medeiros, do Amazonas, deu permissão para a entrada. O árbitro mostrou o cartão amarelo ao Poz porque disse que não havia permitido a entrada dele. Uma lambança! O Amazonas chegou ao gol aos 17 minutos do 2º tempo. E aos 25, numa disputa de bola, o lateral Renan Castro, revelado na base do Ituano, pisou no Vini Paiva e depois o empurrou. O lance seguiu. Vini Paiva quando se levantou, empurrou o Renan. A imagem da transmissão é clara. Não houve agressão. O 4º árbitro chamou o árbitro e fez a acusação: Agressão. O árbitro expulsou Vini Paiva aos 26, deixando o Ituano com 9 atletas na metade do 2º tempo. Mesmo assim, por pouco o Ituano não chegou ao empate. Primeiro num cruzamento, e cabeceio de Claudinho. A bola foi no travessão e saiu. E aos 51 minutos, numa finalização de Neto Berola. A bola raspou o poste esquerdo do goleiro.
O Ituano fecha o turno da Série B com mais uma derrota. Depois da boa exibição em Maceió contra o CRB, a confiança de uma vitória em Manaus era boa. Mas, não foi desta vez que veio. “No último jogo fora, fizemos uma boa partida. Perdemos em Maceió por um detalhe. Por um erro nosso. Hoje aqui não conseguimos repetir uma boa atuação. E depois a partir da primeira expulsão aos 42 minutos., pesou muito” explicou Alberto Valentim. Na partida em Manaus, o técnico Valentim pode contar com os retornos de lesão do goleiro Jefferson Paulino e do meia Yann Rolim. E ainda promoveu as estreias do lateral Guilherme Lazaroni e do meio campo Xavier, além de colocar o jovem atacante Jonathan Santos como titular pela primeira vez. O início do returno será no próximo sábado, contra a Chapecoense. “A gente só tem que pensar em trabalhar para melhorar. Vamos ter uma semana cheia de novo. Esse time não é para estar nesta posição da tabela. Pelo elenco que temos e pelo o que os jogadores estão demonstrando nos últimos jogos. Temos que esquecer a arbitragem. Temos que fazer o que nós controlamos. Não queremos ser ajudados. Mas, queremos um critério seja igual para todos. Queremos uma arbitragem correta, ainda mais com o VAR, para ajudar o árbitro na tomada de decisão justa” pediu Valentim que deseja também um 2º turno totalmente diferente do turno inicial da Série B. Essa é a esperança de todos!
Acaz Fellegger
Jornalista Mtb 19.426 SP
4/agosto